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Silicone: cirurgião plástico alerta sobre os riscos da prótese

Especialista explica quais são os principais riscos envolvidos em colocar silicone. Entenda quando é necessário retirar a prótese

Cirurgião plástico alerta sobre os riscos das próteses de silicone
Cirurgião plástico alerta sobre os riscos das próteses de silicone / Foto: Shutterstock

Recentemente, a influenciadora Vivi Wanderley relatou em seu Instagram estar passando por um problema com suas próteses mamárias. Ela contou que o seio encapsulou, o que a fez ter que trocar o silicone.

O que aconteceu com a influenciadora não é comum, pois as próteses de silicone tem um excelente perfil de segurança. Por isso, há baixos riscos de complicações. No entanto,  intercorrências podem acontecer, e é importante o acompanhamento profissional para melhor resolução do problema. 

É preciso deixar claro que todo implante precisará ser retirado ou trocado algum dia, alerta o cirurgião plástico Dr. Josué Montedonio. “Apesar de não possuir prazo de validade pré-definido, um consenso comum entre a maioria dos cirurgiões plásticos é de que seja entre 10 e 15 anos, variando de acordo com cada paciente”, afirma.

A cirurgia para colocar as próteses de silicone é segura e, além disso, promove um benefício enorme na autoestima. Portanto, o cirurgião deixa claro que é preciso entender quais motivos levam a necessidade de remoção da prótese. Pensando nisso, ele lista alguns tipos de problemas que as próteses mamárias podem gerar.

Extravasamento do silicone

A causa mais comum de falha dos implantes é o vazamento do gel de silicone. Com o tempo, o desgaste mecânico do envelope da prótese (que também é de silicone) pode levar a micro rompimentos com extravasamento do gel contido em seu interior.

“Isso não causa nenhum sinal ou sintoma externo e normalmente só se descobre quando a paciente faz algum exame de imagem das mamas, geralmente por outro motivo”, esclarece o especialista.

O vazamento do silicone pode ainda ser descrito pelo radiologista como intracapsular ou extracapsular. Isto significa que o silicone está ou não contido dentro da cápsula fibrosa que o seu corpo naturalmente forma em torno da prótese. A diferença, na prática, será no seu acompanhamento depois da cirurgia.

Infecção e contratura capsular

Nas próteses de mama, as infecções bacterianas são as mais frequentes e difíceis de tratar. Isto porque, como um corpo estranho ao organismo, a prótese dificulta a chegada e ação efetiva dos antibióticos. Além disso, o organismo permite a formação de um biofilme em torno da prótese em caso de contaminação.

“As infecções mais fortes geralmente acontecem nas primeiras semanas depois da cirurgia, e acabam levando à retirada da prótese. Ocasionalmente, é possível ‘salvar’ uma prótese infectada, mas no médio prazo, o risco de contratura capsular é provavelmente maior”, adverte o médico..

Contratura capsular

A contratura capsular é um processo patológico que acontece na lâmina de tecido fibroso ao redor do implante. “À medida que a contratura piora, ela pode promover alterações no formato e no posicionamento das próteses, deixando as mamas mais duras e disformes. Em seus estágios mais graves, a contratura pode causar dor”, afirma o Dr. Josué.

Linfoma ALCL

A Linfoma Anaplásico de Células Grandes Associada a Implantes Mamários (do inglês, BIA-ALCL) é uma doença descoberta há pouco tempo. No entanto, o conhecimento dos médicos sobre a condição tem aumentado com o tempo. Hoje, se sabe que é uma doença super rara, que atinge uma a cada três mil mulheres mulheres com prótese de mama e com bom prognóstico.

A ALCL é tão rara que não existe uma recomendação formal para se retirar um implante por medo de ter a doença. “Colocando de uma maneira bem simples, o risco de você ter um problema no local onde sua veia for puncionada para a anestesia é maior do que o risco de ter um ALCL”, revela o especialista.

A principal forma de apresentação do ALCL é a formação de um seroma, um acúmulo de líquido, em volta da prótese, que surge em média de 8 a 10 anos depois da colocação, mas também pode ocorrer bem antes disso.

Portanto, a recomendação é que qualquer seroma presente em próteses colocadas há mais de um ano deve ser submetido a uma investigação para excluir a possibilidade de ser um ALCL. “Lembre-se, a doença é rara. Mesmo que você tenha um seroma, o mais provável é que não seja um ALCL”, tranquiliza o médico. 

Naquelas em que se confirma o diagnóstico de ALCL, o tratamento é um pouco diferente e deve envolver outros especialistas. Mais de 90% das pacientes que tiveram a doença se curaram, a maioria apenas com a retirada do implante, da cápsula e um pouco de tecido da mama (ressecção em bloco). “Se você perceber qualquer alteração nas suas mamas como um aumento do tamanho, procure um médico”, alerta.

Síndrome ASIA

Muitos estudos já demonstraram que não existe uma associação importante entre próteses de silicone e síndromes reumatológicas ou autoimunes. No entanto, algo parecido pode acontecer.

A Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes (ASIA) é uma doença muito rara, em que as pessoas podem manifestar sinais e sintomas reumatológicos. Dores nas articulações e no corpo, vermelhidão, alterações de humor e de apetite estão entre os sintomas induzidos pela exposição a um agente externo. 

Já foi descrito após o uso de algumas vacinas e outras substâncias como o mercúrio. Um número pequeno de mulheres com implantes de mama têm sido diagnosticadas com ASIA e relatado melhora com a retirada dos implantes, explica o especialista.

“Só enfatizando que esses são eventos raros, que precisam ser mais aprofundados através de pesquisas e estudo. Mas,  na presença de qualquer sintoma ou dúvida, procure a assistência do seu médico”, finaliza.

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