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Junho Violeta: causas, tratamentos e riscos do ceratocone

O ceratocone está entre as principais motivações para o transplante de córnea – tanto em adultos, como em crianças

Junho Violeta: causas, tratamentos e riscos do ceratocone
Junho Violeta: causas, tratamentos e riscos do ceratocone - Foto: Shutterstock

O Junho Violeta é o mês de conscientização do ceratocone. A doença ocular se caracteriza pelo afinamento progressivo da córnea, fazendo com que o tecido assuma a forma de um cone. 

De acordo com Maria Regina Chalita, oftalmologista especialista em córnea do CBV-Hospital de Olhos, a condição acomete principalmente adolescentes e adultos jovens. O principal sintoma, por sua vez, é a baixa visão e dificuldade para enxergar objetos de longe.

“O paciente refere que as imagens são distorcidas e muitas vezes com sombras, geradas justamente pela irregularidade da córnea, que, com esse formato cônico, começa a adquirir um astigmatismo que costuma ser progressivo e de difícil correção”, explica.

Conforme a especialista, nem mesmo os óculos conseguem fazer com que essa pessoa tenha uma visão nítida. Por isso, os pacientes acabam optando por utilizar lentes de contato, na sua maioria rígidas ou esclerais.

O que causa o ceratocone

O fator genético é importante agente no aparecimento da doença, explica Maria Regina. No entanto, o problema é agravado quando a pessoa tem o hábito de coçar e esfregar os olhos. Isso porque esse movimento faz com que essa córnea, que já tem uma alteração na sua elasticidade, comece a ficar cada vez mais “bicuda”, levando então à piora da visão.

“Se houver uma predisposição genética, o ceratocone pode aparecer. Mas o modo que nós consideramos para prevenir, na verdade, não seria para prevenir o aparecimento, mas sim para evitar a progressão. Esta seria a parte mais importante: não coçar os olhos e não colocar a mão nos olhos”, ressalta a médica.

Opções de tratamento

Conforme a oftalmologista, o tratamento do ceratocone se divide em duas partes. Primeiro, evitar a progressão da doença; em seguida, melhorar a acuidade visual do paciente. 

“Para evitar a progressão da doença, utiliza-se um tratamento chamado Cross Linking de Córnea, que é a utilização de uma vitamina, a vitamina B2 ou riboflavina, com o uso de luz ultravioleta. Esse procedimento faz com que a córnea fique mais rígida e evite a progressão do ceratocone na grande maioria dos casos”, explica. 

O Cross Linking, porém, não irá melhorar a visão ou diminuir a curvatura do ceratocone. Quando o paciente não consegue mais enxergar bem só com óculos, partimos para o uso de lentes de contato rígidas, que podem ser as rígidas corneanas ou as rígidas esclerais, que têm um pouco mais de conforto do que as rígidas, pois se apoiam apenas na córnea”, acrescenta Maria Regina. 

Quando o paciente não consegue mais utilizar lentes de contato, há ainda outra alternativa: os anéis intraestromais. Trata-se de segmentos colocados na córnea, através de cirurgia, que irão aplanar a curva do ceratocone, melhorando com isso a sua correção com óculos ou lentes de contato. 

“Quando isso já não é mais possível, parte-se para o último tipo de tratamento que é utilizado dos casos mais graves de ceratocone, como ceratocone grau 4, que é o transplante de córnea”, diz a profissional.

Segundo ela, sem o tratamento, o ceratocone em progressão deteriora cada vez mais a visão, até o paciente chegar a necessitar realmente de um transplante de córnea.

Número de crianças na fila por transplante de córnea aumentou

Vale destacar que essa condição oftalmológica não escolhe idade, afetando tanto adultos quanto crianças. O ceratocone infantil, embora menos frequente, é uma das causas mais comuns por trás dos transplantes de córnea em crianças no Brasil, representando aproximadamente 15 a 20% de todos os procedimentos desse tipo realizados nessa faixa etária.

O último levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), apontou que o número de crianças na fila de espera por um transplante de córnea aumentou 32%, até o primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado. De 106 registros passou para 140 este ano. 

Giovanna Marchezine, oftalmopediatra do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), observa que, nos pacientes pediátricos, a progressão do ceratocone tende a ser mais acentuada e rápida, sendo muitas vezes diagnosticado em estágios avançados. Segundo ela, essa rápida progressão aumenta o risco de necessidade de transplante de córnea em até sete vezes.

“Os casos que se iniciam na infância frequentemente apresentam uma evolução mais agressiva em comparação com aqueles que se manifestam mais tardiamente. Contudo, identificar o ceratocone em estágios iniciais da doença é muito importante para prevenir deficiências visuais graves”, alerta a médica. 

Atenção aos sintomas que as crianças apresentam

O diagnóstico de ceratocone em crianças costuma ocorrer tardiamente devido à falta de queixas funcionais, especialmente em crianças com menos de 8 anos de idade. No entanto, crianças com quadros graves de alergia podem apresentar sinais de ceratocone já na infância. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos.

“Os principais sintomas da doença estão na dificuldade de nitidez da visão. Mudança brusca de grau (principalmente aumento do astigmatismo), baixa de visão que não melhora totalmente com o uso de óculos, e dificuldade de visão noturna são os sintomas mais relatados. Há também o risco de atingir os dois olhos de maneira assimétrica, afetando mais um olho do que o outro”, esclarece Giovanna. 

Além disso, a especialista lembra a importância de evitar que as crianças mantenham hábitos de risco. “Conscientizar os pequenos e seus pais sobre a importância de evitar o hábito de coçar os olhos é crucial, pois esse comportamento pode acelerar a progressão da doença”, alerta.

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